domingo, 31 de julho de 2011

Quinta estação













Mãe
Eu sempre soube
que és a quinta estação
Soma de todas as outras e bem sei
que sou semente de inverno
desta imensidão de mim mesmo

Agarrado todas as manhãs
em teu seio-Terra-divina
sinto-me tão seguro em teu colo

Solo fértil, seiva quente,
deleite sob chuva valente
Crio minhas raízes
Nutro-me de tua parte
e nos olhamos felizes

Mãe
Quando na primavera
eu estiver pronto, não esqueça
Desfie as nuvens pra mim
Deixe que o Sol apareça
Aqueça-me para que eu renasça
e então floresça enfim
Serei tua eterna criança
durante todo o verão
Todos verão

Nutra-me de esperança
mesmo que no outono
as árvores dispam-se aos poucos
de seus mantos bege,
cobrindo-te e preparando-te
para aquecê-la no próximo inverno
Então, me embale para dormir

Hibernarei silente
em sono profundo
por um instante
em ansiosa espera
mas em teu colo novamente
Até a próxima primavera

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