segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Não sei se minha vida é escrever













Não sei se minha vida é escrever
Sei que ela me escreve, me desenha,
me pinta em tantas paredes...
No tronco da árvore, no banco da praça,
na pétala clara, no concreto mole daquela calçada

Me esboça surreal na tela em branco,
no quadro negro, na agenda, caderno
e na carteira da escola,
debaixo da escada, no estrado da cama,
em ranhura na estrada,
e na areia da praia, letras e formas de pé

No papel perfumado alado eu meu sinto
quando sou aspirado...
(e flutuo com intento e eu tento tanto)

Esta é a vida! Sua cor preferida?
Vermelho indiano, vermelho carmim
Vermelho mundano, vermelho sem fim
Me tatua quente na pedra fria
poente na pele nua, pra todo o sempre
desenhado na teia, esparramado na lua

Sou tinta óleo pra quem me olha
bem lá no fundo
um livro ilustrado que alguém desfolha
pra guardar de lembrança

Assim esfrio com o vento
e como as pedras da rua
enfim, a vida me perpetua
secando meu sangue no tempo

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