sábado, 27 de novembro de 2010

Flores de um vestido













Com os braços abertos
girava com seu vestido rodado
no meio de um jardim florido
esvaindo-se com os pulsos cortados

Fitava sorridente o céu
como se quisesse colher estrelas
e dormir com elas sobre a lua.
Caído e quieto permanecia o chapéu

Lágrimas, suor e sangue
respingavam sobre as flores
pincelando a sua última arte
berço eterno em vermelho-mangue

O céu escurecia em seus olhos
e sem o chão sentia-se leve
flutuava como uma pena breve
diferente daquela em seus ombros

Ao descansar seminua
no jardim, sua nova cama
pôde sentir o gosto da alma
e camuflar uma vida tão crua

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